Casos de consultório: veja os primeiros passos para eliminar a depressão e se sentir mais realizado.

Casos de consultório: veja os primeiros passos para eliminar a depressão e se sentir mais realizado.

De 0 a 10, quando perguntei que nota dava para a sua vida no momento, ela me respondeu 7. Confesso que depois de ouvir toda a sua história, acredito que ela até se deu uma nota razoável, pois tinha uma história bem desafiadora...

Seu principal problema no momento era a depressão e a angústia. Já tinha feito tratamento psicológico e psiquiátrico e agora estava buscando algo mais alternativo. Sua vontade no momento, era saber mais sobre si mesma e se autoconhecer. Pois acreditava que esse era um dos caminhos para eliminar a angústia e a depressão que estava vivendo.

Como funciona a primeira consulta (dentro do consultório)?

Veja o vídeo para saber como funciona uma consulta de Terapia Holística! E saiba também quais dicas são essenciais para o terapeuta realizar o seu primeiro atendimento.

Algo que recomendo muito para os terapeutas, mas que serve para a vida é: pergunte mais e fale menos. Como assim Cátia?

Todas as respostas para as nossas dúvidas estão dentro de nós, sendo assim, quando alguém nos pergunta algo, é muito mais coerente devolver a pergunta e então estimular a pessoa (ou o consultante) a buscar uma resposta.

Afinal, a neurolinguística diz que “o cérebro não resiste a uma pergunta e sempre vai procurar uma resposta”. Por isso que pratico esse exercício como terapeuta e com as pessoas que convivo. Assim, tudo que a pessoa falar ou responder está de acordo com o que faz sentido para ela e não uma suposição minha. Eu evito dar os conselhos sem perguntar, porque isso pode influenciar de uma forma menos benéfica para quem me ouve.

Bem, falando agora sobre a história deste caso, ela me contou que foi mãe com 16 anos e teve 2 filhos. Ela foi casada com o pai dos filhos e tinham se separado fazia 5 anos. Os filhos estavam morando com o pai.

Era filha adotiva, a mãe adotiva tinha 2 filhos de outro casamento e o pai não podia ter filhos. Por isso resolveram adotar. Só que quando ela tinha 2 anos de idade, eles se separaram.

Com relação ao pai adotivo, comenta que ele tinha medo de tudo e não deixava ela fazer nada. O amparo e o cuidado eram extremos. E que sente muito amor deles, só que tinha dificuldade em retribuir. A mãe adotiva era bipolar, se fazia de vítima e fazia com que as pessoas se sentissem culpadas.

Disse que ser filha adotiva não era problema, sempre soube disto. Tanto que aos 25 anos conheceu a mãe biológica e uma irmã. Soube que foi adotada porque o pai ameaçava violentá-la. Ele era alcoólatra e usava drogas. Depois ficou sabendo que a mãe biológica morreu por causa do álcool.

Quando casou, aos 14 anos, foi embora e a família do marido virou a sua família. Com isso aguentava tudo que não queria ou gostava. Pois se sentia sozinha e esta era uma forma de estar com pessoas.

Com o tempo perdeu o encanto pelo marido e se separou por isso. Era como se o marido se tornasse “pai” e foi ficando insustentável continuar no casamento.

Outra coisa que comentou é que tentou se suicidar, ouve vozes e sente presenças de espíritos. Além disso, costuma se sentir sensível a energia das pessoas e ambientes. Tem pânico de ser deixada, de ser rejeitada e de ficar sozinha.

Análise do caso

Ouvindo toda a história dessa consultante, dá para entender que muitas desordens que se apresentam, estão relacionadas a maneira como ela precisa resgatar o amor próprio e o merecimento.

Na sua fala, ela também comentou que tinha necessidade em ser ou fazer diferente. É como se esse comportamento de “ser diferente” fosse uma forma de extravasar essas sensações e os sentimentos que queria evitar, como a rejeição, a solidão e a tendência de se “autodestruir”.

Mas como fazer para resgatar isso na prática? Por onde começar?

Primeiro é preciso resolver internamente a relação com a origem e com os pais, principalmente os biológicos. Na maioria das vezes a busca pelo amor da mãe e a fidelidade que tem ao seu sistema familiar são tão importantes, que os desequilíbrios só começam a ser resolvidos ao conhecer ou se aproximar da mãe e se possível do pai.

Pelo menos conhecer e se conectar com a energia deles... Não há necessidade de conviver, mas estar conectado.

Pois mesmo tendo todo o amor e o amparo dos pais adotivos, foram os pais biológicos que trouxeram ela para o mundo. E neste caso, a força que ela precisava estava no sistema familiar da qual ela faz parte.

Para elucidar o que quero lhe dizer, deixa eu lhe perguntar algo: quantos por cento você acha que é do pai e quantos por cento é da mãe?

Pode ser que você tenha pensado que é 50 e 50... Ou que o pai é 30 e a mãe 70... Ou o contrário...

Enfim, olhando de forma sistêmica, cada um nos deu 100% de si para nos conceber. Portanto, se unirmos toda a força dos nossos pais, mais a nossa, temos 300% de força para realizar o que queremos e ser quem nascemos para ser.

E neste caso, mais do que nunca, o resgate precisa começar por aí: no olhar para os pais biológicos. Porque é nesse movimento que ela vai conseguir olhar e até estar mais em harmonia com os pais adotivos, além de ter mais amor por si mesma.

Quase todos os casos de adoção, quando o filho vive em conexão com os pais biológicos, isso resolve um montão de problemas...

E neste caso, não adianta muito ir apenas ver a mãe, na verdade ela precisava ver, buscar o olhar e força desta mãe. Pois a partir disso é que se sentiria fluindo para uma nova realidade, e se libertaria dessa dor que causava a depressão e a angústia que ela sentia.

Dicas de consultório

Além de todas essas percepções que já mencionei, eu faria uma mentalização, pedindo que ela resgate o amor dos pais biológicos, especialmente o da mãe.

E mais, também é importante fazer um movimento de concordar com tudo como foi, para então se libertar desses processos de “autodestruição” e com isso sentir merecedora de uma vida melhor. Vamos lá?

Feche os olhos, inspire e expire profundamente! Mergulhe profundamente para dentro de si, da sua história e do seu coração.

Ame você, ame sua história e se conecte com o momento do nascimento, com o momento em que você veio ao mundo, cheio de expectativas pela nova oportunidade que a vida lhe deu.

E neste momento, conecte-se com o olhar da sua mãe quando ela lhe pegou nos braços pela primeira vez! Sinta o amor dela, do melhor jeito que ela pode lhe dar! Sinta o calor, a respiração, a conexão entre vocês!

Receba esse amor, receba a vida, receba este momento como se ele estivesse acontecendo agora! Sinta o amor infinito da mãe, que fez o que pôde para lhe oferecer a melhor vida, o melhor dela para você.

E nesse instante, conecte-se com os presentes que a vida lhe deu: uma família que ama você infinitamente e todas as bênçãos possíveis para ter o melhor da vida.

E lembre-se que toda a mãe que vive o que a sua mãe viveu, toda a história dela e tudo que ela tentou fazer por você, foi lhe preservar da dor que ela sente. Então agradeça profundamente por este momento, por estar viva, por respirar e por tudo que aconteceu até este momento!

Pois tudo que você viveu até aqui foi importante e teve o propósito de ajudar você a se reencontrar para servir a vida e viver a sua melhor versão.

Este é um momento profundo de conexão com a mãe e por isso, é preciso repetir o exercício mais vezes. Para quem é terapeuta, pode gravar um áudio no celular mesmo e enviar para o consultante. Assim, ele pode ouvir mais vezes. O ideal é fazer este movimento todos os dias, ainda mais neste caso. Pois as tendências de “autodestruição” indicam a busca desesperada pelo colo e pelo amor da mãe. Algo que já está internamente conectado, só precisa ser resgatado.

Você também pode aplicar alguma técnica de energização ou fazer alguma prática que esteja conectada com o momento. Deixe a sua intuição de terapeuta lhe dizer se apenas este movimento foi o suficiente ou se precisa de algo mais.

No final do atendimento é importante pedir que a pessoa volte e continue o tratamento. Pois a partir do segundo atendimento, se ela fizer o exercício diariamente, ela já vai sentir profundas transformações. E se não fizer, você pode auxiliar com outros recursos, além de acompanhar os movimentos dessa cliente.

Também quero deixar um vídeo que eu fiz esses dias falando sobre “tristeza sem motivo”. Nele tem mais dicas para você saber como trabalhar isso na prática. Acredito que vai auxiliar tanto como recurso para terapeutas usarem nos atendimentos, como para quem está vivendo momentos de tristeza e até de solidão.

Se preferir, pode acessar o conteúdo desse post em vídeo