Casos de consultório: Como passar pelas mudanças da vida com mais confiança

Casos de consultório: Como passar pelas mudanças da vida com mais confiança

O principal desafio desta consultante era saber encerrar ciclos e passar pelas mudanças da vida com mais confiança, tendo certeza de que tudo tinha um propósito e que essas transformações sempre eram para o seu melhor.

Quando perguntei qual nota ela dava para a sua vida, ela deu nota 8.5. Sentia que para ser nota 10, precisava ter mais confiança e saber que nada acontecia por acaso. Além disso, queria resolver algumas questões familiares e não se afastar tanto das pessoas.

Como funciona a primeira consulta (dentro do consultório)?

Para saber como funciona uma consulta de Terapia Holística, veja no vídeo abaixo! E para quem é terapeuta, dou dicas de como realizar o seu primeiro atendimento.

Algo que recomendo muito para os terapeutas quando estão realizando os atendimentos é que pergunte mais e fale menos. E inclusive essa é uma lição que recomendo para todos, não apenas para os terapeutas.

Como assim Cátia?

Todas as respostas para as nossas dúvidas estão dentro de nós, sendo assim, quando alguém nos pergunta algo, é muito mais coerente devolver a pergunta e então estimular a pessoa (ou o consultante) a buscar uma resposta.

Afinal, aprendi com a neurolinguística que “o cérebro não resiste a uma pergunta e sempre vai procurar por uma resposta”. Por isso que prático esse exercício como terapeuta e com as pessoas que convivo. Assim, tudo que a pessoa falar ou responder está coerente com a realidade dela e faz muito mais sentido para o momento que está vivendo.

Lembrando que cada caso é um caso. Por isso sempre indico aos profissionais que tenham um roteiro programado de perguntas importantes, das quais irão conduzir o seu trabalho.

Geralmente eu costumo iniciar questionando sobre as principais dificuldades, o que mais incomoda no momento, suas maiores dores e o que o incentivou a estar ali, buscar pela terapia.

Depois questiono sobre a sua história de vida: relacionamento com os pais, como foi a infância, a adolescência, relacionamento amoroso e fatos marcantes da sua vida.

E aí conforme a conversa vai fluindo, vou perguntando mais detalhes do que julgo ser importante saber. Pois é assim que consigo entender a melhor forma de ajudar essa pessoa que está ali na minha frente.

Além disso, é interessante que o atendimento do terapeuta seja dinâmico, que tenha exercícios e práticas que motivem e que encantem o cliente. 

Sobre a história do caso de hoje

Falando mais sobre a história de hoje, ela me contou que a mãe se casou aos 19 anos e estava grávida. Os pais ficaram juntos por mais de 30 anos, só que naquele momento estavam separados. Eles sempre contavam que ela nasceu magra demais e pequena demais.

Era a filha mais velha do casal e lembrava bastante da infância. Recordou que caiu do berço, que via a luz da lua pela janela e que os pais trabalhavam muito, por isso os via pouco. Eles trabalhavam durante a semana e ela ficava com a avó. E aí só os via no final de semana. Recordava também que a avó não a deixava fazer nada.

O pai era autoritário e mais próximo do que a mãe. Via-o como protetor. Depois na vida adulta, foram se afastando. E hoje não sente saudades. Também tem medo de se aproximar porque ele sempre foi muito controlador, materialista e desconfiado de tudo.

Já sobre a mãe apenas falou que ela não estava bem desde a separação. Não comentou muito sobre o relacionamento que elas tinham.

Por outro lado, disse que brincou muito e sempre gostava de fazer teatro. E que a sua adolescência foi muito legal e divertida.

Quanto aos relacionamentos amorosos, era aquela que sempre resolvia tudo, que tinha finais repentinos e percebia que por causa da baixa autoestima, se doava demais para o outro. Todos os rompimentos eram de muita dor. Tinha dificuldade de acreditar e se entregar no amor.

Tinha uma filha e eram muito próximas. Não era mais casada com o pai dela. Tentaram ficar juntos e não deu certo. O pai da menina a traiu, não era presente e até o momento rejeitava a filha.

Análise do caso

Bom, analisando este caso, um dos primeiros passos para melhorar a autoestima, era ter mais amor próprio e aprender a cuidar mais de si mesma. Também precisava resgatar o amor dos pais e a força da origem.

Pois, cada vez mais eu vejo que a forma como lidamos com a origem, é a forma como lidamos com a vida e com os desafios que se apresentam.

Além disso, fazendo esse resgate ela iria conseguir se aproximar mais das pessoas e confiar. Pois esse distanciamento com as pessoas, apenas indicava um afastamento de si mesma.

O que acontece externamente sempre é um reflexo do que acontece internamente. Por isso a importância de “olhar para si”.

Também era importante trabalhar essa mentalidade do inesperado, do encerramento de ciclos e a visão que ela tinha sobre os acontecimentos. Na realidade, ela precisava era mudar o olhar e a forma como via os movimentos da vida.

Já falei aqui em outros posts, que se tudo que nos acontece é visto como uma “maldição” e se reclamamos o tempo inteiro, damos mais força para isso. Agora, ao olhar para a vida de uma forma diferente, abençoando e entendendo que tudo tem um propósito de ser assim, a nossa sintonia se eleva e faz com que a vida aconteça de forma mais leve e fluida.

No caso desta consultante, ela veio para fazer uma regressão terapêutica. Por isso quero compartilhar quais foram os movimentos que aconteceram durante esse processo, como também vou falar sobre os aprendizados que nós tivemos.

Dicas de consultório

Uma das coisas mais interessantes no dia da regressão dela foi o sentimento de que ela estava muito amparada. Antes mesmo de começarmos, ela estava sentindo que havia uma energia forte. Como se tivesse alguém olhando por ela.

E eu quis falar sobre isso aqui, porque sempre somos muito amparados e protegidos pelo Plano Espiritual. Só precisamos permitir que eles estejam junto conosco e estar disponível para receber as suas bênçãos. Aliás, isso era comum de acontecer: as pessoas que mais resistiam e que tinham mais dificuldades em ver a vida como uma bênção, eram as que mais se sentiam amparadas espiritualmente.

Na regressão surgiu muitas situações onde ela se via em momentos de desespero, de desamparo e de situações inesperadas que geravam essas sensações.

Também veio mensagens e insights confirmando que ela precisava aprender a olhar para a vida de uma forma diferente. E entender cada vez mais, que nada acontecia em vão, por acaso. Tudo tinha um propósito.

Outra coisa importante foi sobre o “saber esperar”, ela precisava internalizar também que para tudo tem um tempo de amadurecimento. E que precisava respeitar “o tempo de Deus”.

Como mensagem veio também que ela deveria ter mais contato com a Natureza. Sentir mais a força da natureza para aceitar o fluxo da vida, os movimentos que acontecem e sentir mais tranquilidade.

Por fim, outro aprendizado importante foi sobre as outras pessoas: aprender a ter fé e paciência. Respeitar o seu tempo e o tempo das outras pessoas. Saber que as vezes precisa perder algo, para ganhar algo maior e melhor. Lutar pelo que acreditava para que lá na frente pudesse confiar num novo começo.

Vou deixar um vídeo onde eu falo o que um acidente me fez entender sobre encerrar ciclos. Acredito que a mensagem dele vai contribuir para você perceber o quanto a vida é abençoada, e o quanto ela nos dá sinais o tempo todo sobre o nosso próximo passo.

Nesta experiência aprendi que muitas vezes você só precisa tomar uma decisão. E é esta decisão que vai definir o rumo da sua vida.

E para concluir essa parte, vou sugerir uma mentalização que ajudaria esta pessoa a se conectar com a força da origem, resgatando amor dos pais.

Como ela viveu muito tempo longe deles e achando que isso não era bom, ela tinha um comportamento inconsciente de querer afastar tudo e todos. Na verdade, essa era uma tentativa desesperada de ter o amor e atenção daqueles que lhe deram a vida. Vamos lá?

Feche os seus olhos, respire profundamente e sinta este momento. Perceba o ar entrando, o ar saindo e sinta os movimentos do próprio corpo.

Faça pelo menos três respirações para entrar em sintonia consigo mesmo.

Agora, vá sentindo o amor da mãe. Mesmo que neste instante você pense ou acredite que não tem esse amor. Sua mãe foi quem lhe deu o primeiro sim, foi quem lhe trouxe para esta vida e lhe deu o maior de todos os presentes. Então apenas se entregue e se conecte ao momento em que você chegou aqui, que sua mãe lhe trouxe para este mundo e lhe pegou nos braços. Perceba que a sua alma estava feliz e se sentindo abençoada por ter tido o seu primeiro sucesso. E tenha certeza de que ao olhar para você, sua mãe sentiu o maior amor do mundo. Talvez ela nunca soube expressar em palavras ou em gestos o que significou este momento. Mas o amor era enorme. Então permita que esta energia amorosa tome conta de você!

E agora olhe nos olhos dela e diga mentalmente: “mãe eu sinto muito por ter me distanciado de você. Sinto muito por ter julgado e ter feito você sofrer. Eu também sofri muito mãe e agora eu quero muito estar pertinho, sentindo o seu calor e o seu amor. Hoje eu sei que você me deu muito mais do que o suficiente e que me ama infinitamente. Por isso agora eu recebo tudo que você pode me dar. E recebo da vida todas as suas bênçãos”.

E neste momento, conecte-se com o seu pai e com o momento em que ele lhe pegou nos braços ou olhou nos seus olhos, logo após o seu nascimento. Receba todo o amor que ele pôde lhe dar. Receba toda a força que existe no amor que o seu pai sente por você. Afinal, ele também cumpriu com o seu papel e lhe trouxe ao mundo. Por isso agora você também vai cumprir com o seu papel de filha e receber todo a sua bênção, para se sentir mais confiante, acreditando que a vida é uma bênção.

E então olhe nos olhos dele e diga mentalmente: “pai, eu recebo todo o seu amor, toda a sua bênção e toda a força que vem através de você. Por muito tempo eu fiquei distante e tive medo de você. Só que isso me faz ter medo da vida. E eu estou aqui para honrar tudo que vocês fizeram por mim. Pois hoje eu sei que vocês me deram mais do que o suficiente. Por isso eu me coloco no meu lugar de filha e permito que você seja meu pai, para receber a sua bênção e o seu amor. Pois é desta forma que a vida vai nos presentear todos os dias”.

Sinta como é estar em conexão profunda com a mãe e com o pai. E ao fazer isto, perceba os movimentos internos que vão acontecendo...

E então respire profundamente e venha voltando, se conectando com o momento presente e se sentindo mais forte e confiante para ir para a vida! Que assim seja e assim é!

Dicas para terapeutas

Após finalizar a mentalização ou a prática que você achar mais conveniente aplicar no momento, sempre o ideal recomendar que a consultante volte.

Neste caso em especial, ela precisaria fazer práticas ou exercícios constantes para trabalhar a energia dos pais, e também mudar a sua visão diante da vida.

Portanto, ao continuar o tratamento com você, fica mais fácil de acompanhar de perto os movimentos que serão feitos, as transformações e poderá continuar ajudando-a com relação as suas metas para o futuro. Pois se continuar mudando a sua mentalidade, muitas transformações positivas irão ocorrer.