Casos de consultório: como encontrar o sentido da vida e ter mais autoestima.

Quando perguntei de 0 a 10 que nota ela dava para a sua vida, essa consultante deu nota 4.

No momento estava sem ânimo, sem autoestima, não se sentia feliz e nem motivada com a vida.

Além disso me disse que estava se perguntando qual o sentido da sua vida, pois se sentia perdida. E tinha muita dificuldade de falar, de se expressar. Também tinha dificuldade em se impor e não conseguia assumir as suas vontades.

O que ela desejava era ter mais autoestima e se libertar da insegurança e do medo. Sonhava em ter um negócio próprio e não estava feliz com o trabalho atual.

Como funciona a primeira consulta (dentro do consultório)?

Quer saber como funciona uma consulta de Terapia Holística? Veja no vídeo abaixo! E para quem é terapeuta, também dou dicas de como realizar o seu primeiro atendimento.

Lembrando que cada caso é um caso. Por isso sempre indico aos profissionais que tenham um roteiro programado de perguntas importantes, e que irão conduzir o seu trabalho.

Geralmente eu costumo iniciar perguntando sobre as principais dificuldades, o que mais incomoda no momento, suas maiores dores e o que o incentivou a estar ali, buscar pela terapia.

Depois questiono sobre a sua história de vida: relacionamento com os pais, como foi a infância, a adolescência, relacionamento amoroso e fatos marcantes da sua vida.

E aí conforme a conversa vai fluindo, vou perguntando mais detalhes do que julgo ser importante saber. Pois é assim que consigo entender a melhor forma de ajudar essa pessoa que está ali na minha frente.

Além disso, é interessante que o atendimento do terapeuta seja dinâmico, que tenha exercícios e práticas que motivem e que encantem o cliente.

Por isso indico que sempre que possível, o terapeuta personalize o seu trabalho e que dependendo de cada caso, tenha ferramentas extras e específicas que ajude, ok.

Sobre a história do caso de hoje

Sobre a história dessa consultante, ela ainda me relatou que os pais eram pessoas ótimas e faziam tudo pelas filhas. E que tinha uma irmã mais nova.

Lembra que na infância os pais brigavam muito e que ela sofria em ver eles discutindo. O pai gostava de beber, saia, chegava tarde e a mãe não gostava, mas também não tinha coragem de dizer nada. Ele se irritava com facilidade, gritava e quebrava as coisas de dentro de casa. O que a deixava com medo.

A mãe nunca se impunha, disse que ela “não tinha boca para nada”. Mas era mais carinhosa com as filhas. Já o pai era mais ausente e não dava carinho. Era durão e não demonstrava sentimentos.

Sempre foram pobres, moravam de aluguel e recordava que na escola sofria porque sempre foi muito magrinha. Não lembrava do nascimento da irmã e lembrava pouco da infância.

Saia pouco na adolescência, porque não se achava bonita.

Aos 18 anos se apaixonou por um rapaz, tentaram namorar e não deu certo. Se sentia inferior e se anulava neste relacionamento, para agradá-lo.

Atualmente está com outra pessoa, mas ainda sonha com o outro. Está namorando para não ficar sozinha. Mas tem consciência que não o ama.

Análise do caso

Neste caso podemos analisar que esta consultante não tinha nada que a motivasse de fato. E que quando comecei a questionar sobre um propósito que a movesse, ela não tinha nada em mente.

Como sou Pedagoga de formação e estudei várias teorias diferentes que falam sobre a infância, costumava questionar os consultantes sobre o que eles sonhavam ser quando crianças, depois que crescessem. E alguns lembravam, sabiam e outros, assim como neste caso, não lembravam de nada.

Mas o que isso representa? Bem, na infância nós estamos moldando a nossa personalidade, mas também estamos recordando de quem somos em essência. Não temos crenças limitantes ainda e nem temos filtro. Tudo que ouvimos fica no nosso inconsciente e vamos absorvendo e construindo as nossas verdades sobre a vida.
Na maioria das vezes, quando tínhamos algum sonho de “ser alguém” (profissionalmente falando) na infância, isto indicava o que viemos fazer neste mundo.

Por outro lado, ao esquecer da infância, isso denotava que a pessoa se anulou completamente da sua missão de vida. Estava tão desencontrada, que apagava esta possibilidade da mente, entende?

Por isso que ela realmente precisava resgatar a autoestima, o amor próprio, a conexão com a origem e também ter momentos para si. E principalmente: ela precisava aprender a ficar de bem consigo e se sentir confortável em ficar sozinha em alguns momentos.

Afinal, não deveríamos ter dificuldade com isso, pelo contrário. Eu digo que “não nascemos grudados em ninguém”, portanto ficar sozinho também é importante, tanto quanto compartilhar a vida om outras pessoas.

Outra questão muito importante que consegui perceber na nossa conversa é sobre o fato de ela carregar as dores que não eram suas. Absorver o que não era seu, para si.

Ela precisava parar de cuidar da vida de todo mundo e começar a cuidar da sua própria vida. Eu digo que nesses casos, todas as desordens que ela sentia indicavam que a alma está gritando para ser ouvida. E quanto mais distantes ela ficava de si, mais a vida ia piorando.

O fato de viver pelos outros e não estar disponível para a própria vida, precisava ser resgatado urgentemente. Isso pode ser uma forma inconsciente de querer “salvar a sua família” das dores que eles não estavam conseguindo resolver.

Mas, como sempre digo aqui: não podemos nos envolver nos assuntos dos nossos pais e querer resolver as dores deles. Pois os seus assuntos são muito grandes para nós. E só cabe a eles solucionar elas.

Por isso ela também precisava praticar o exercício de se colocar no lugar de filha para ter coragem de seguir sua vida, sem depender do amor de ninguém.

Dicas de consultório

Ter momentos de silêncio. Olhar para si, para o interior é essencial. Neste caso eu faria alguns áudios no celular mesmo com mentalizações que ajudassem a resgatar o amor próprio. E enviaria para o whatsapp dessa cliente. Para isto gosto muito de usar livros como os da Louise Hay: Ame-se e Você Pode Curar sua Vida. Ou Ame-se e Cure sua Vida.

Também poderia fazer uma playlist de pessoas que falam sobre autoestima no Youtube, por exemplo, e indicar vídeos bem legais sobre o assunto.

Ter consciência do que é seu e não é. Proteger e blindar a energia através de exercícios, mas principalmente se conscientizar que ela precisava ter momentos de merecimento, momentos para fazer o que ama.

Também vou deixar esse vídeo que fiz esses dias com algumas dicas tops sobre como ter mais autoestima. 

Acredito que ao praticar tudo isso, mais a mentalização que vou sugerir a seguir, começaria a dar um norte. E a partir disso, poderia ter clareza sobre sua missão de vida e o que quer para o seu futuro.

Agora vou sugerir uma mentalização que faria com esta cliente. E claro se você se identificou um pouco com essa história, certamente vai gostar de fazer também. Vamos lá?

Mentalização

Feche os seus olhos, respire profundamente e receba esse momento, receba a vida.

E nesse instante, conecte-se com o seu coração e com os batimentos cardíacos. Respire e sinta o ar entrando, o ar saindo e perceba os movimentos do seu corpo.

Sinta como é estar com você, sentir você, perceber você!

Acolha os movimentos do corpo, acolha os movimentos da vida. E nesse instante, imagine como se estivesse se vendo no espelho.

Olhe para você e quando você olha para si, você também olha para a sua origem, para quem lhe deu a vida.

E nesse instante, agradeça! Sinta muita gratidão por ser quem você é! Pode ser que agora palavras, mensagens e coisas ruins que disseram a seu respeito, lhe impeça de ver a grandeza da sua alma e do seu olhar.

Continue se olhando, e ao continuar olhando, você se conecta com a sua alma e não apenas com a aparência ou com o corpo físico. E então agora imagine sua mãe e conecte-se com a grandeza que veio de todo o sistema dela. Conecte-se com a força que você recebeu de todas as mulheres, de todos os homens e receba as bênçãos de todos que vieram antes!

Depois, olhe para o seu pai e conecte-se com toda a grandeza que veio do sistema familiar do seu pai. E honre todos que vieram antes. Sinta que a mãe está do seu lado esquerdo, o pai do lado direito e que você recebe toda a bênção deles!
E nesse movimento, entregue-se a vida, entregue-se ao amor dos seus pais e receba toda a força que você tem, tome consciência do quão forte e incrível você é. E o quanto você pode servir a vida. Deixe a vida lhe surpreender, deixe a vida mostrar como ela é linda e receba esse momento!

E quando se sentir plena e forte, vá lentamente voltando, abrindo os olhos e mantendo dentro do coração tudo que você sentiu e viveu neste momento.

Dicas para terapeutas

Após finalizar a meditação ou a prática que você achar mais conveniente aplicar no momento, o ideal é que você recomende que o consultante volte. Até porque neste caso, ela precisaria que você a ajudasse a ter metas, a saber sobre o que quer para si e para o seu futuro.

Assim você pode acompanhar mais de perto os movimentos que serão feitos, as transformações e poderá continuar ajudando-o com relação as suas metas para o futuro. Pois se continuar mudando a sua mentalidade e “se colocando no seu lugar”, muitas transformações positivas irão ocorrer.

Se preferir, pode acessar o conteúdo desse post em vídeo