Casos de consultório: Por que você se isola das pessoas e como ter mais autoestima e amor próprio.
Este consultante chegou dizendo que estava procurando por respostas e estava se questionando sobre o seu papel no mundo.
Achava que não se relacionava bem com as pessoas, não conseguia criar vínculos, não tinha amigos e também não sentia necessidade em tê-los.
Sempre foi mais fechado, retraído e introspectivo. Também mencionou que era homossexual. E que até então estava lidando bem com a sua opção sexual.
Como funciona a primeira consulta (dentro do consultório)?
Veja o vídeo para saber como funciona uma consulta de Terapia Holística! E saiba também quais dicas são essenciais para o terapeuta realizar o seu primeiro atendimento.
UMA DICA: Algo que recomendo muito para os terapeutas, mas que serve para a vida é: pergunte mais e fale menos. Como assim Cátia?
Todas as respostas para as nossas dúvidas estão dentro de nós, sendo assim, quando alguém nos pergunta algo, é muito mais coerente devolver a pergunta e então estimular a pessoa (ou o consultante) a buscar uma resposta.
Afinal, aprendi com a neurolinguística que “o cérebro não resiste a uma pergunta e sempre vai procurar uma resposta”. Por isso que prático esse exercício como terapeuta e com as pessoas que convivo. Assim, tudo que a pessoa falar ou responder está de acordo com o que faz sentido para ela e não uma suposição minha.
Dentre várias perguntas que faço no primeiro atendimento, além de questionar como está a vida da pessoa naquele momento, também pergunto sobre o relacionamento com os pais, relacionamento amoroso e fatos marcantes sobre a infância e sobre a adolescência.
Sobre a história do caso de hoje
Ele comentou que sempre fazia tudo sozinho e tinha tendência ao isolamento. Foi criado pela mãe, porque o pai faleceu quando ele tinha 3 anos de idade.
Também tinha 5 irmãos e era o filho mais novo do casal. Sua maior referência eram as irmãs e a mãe. Pois se davam muito bem. Achava que por isso sempre se dava melhor com mulheres do que com homens.
Associava este jeito mais fechado a perda do pai. Se achava antissocial e frio com as pessoas, saia pouco e se retraia.
Um fato marcante na infância é que a mãe ficou dependente financeiramente do irmão mais velho. O que a fazia ser dependente dele até aquele momento.
Falou também que ela era muito negativa, só via o lado ruim das coisas. E que nunca dava incentivo para nada.
Sabia que precisava sair de casa e construir sua própria vida, mas não conseguia.
Levou muito tempo para contar sobre sua escolha sexual e a família não apoiou no início. Mas naquele momento estava sendo indiferentes.
Análise do caso
Bem, sobre este caso dá para perceber que ele tinha uma tendência forte ao isolamento. E que embora naquele momento estivesse tudo bem, a sua escolha sexual era um desafio. Porque existia um movimento inconsciente de não querer estar perto das pessoas e se expor.
Por outro lado, queria “ser diferente” para justamente chamar atenção das outras pessoas. (Isso no caso desta pessoa. Não estou generalizando e nem dizendo que com todos acontece desta forma).
Outra coisa que percebi é que ele não tinha metas, objetivos e simplesmente deixava a vida levar... Por conta disto, também deu para perceber que tinha muitas dúvidas. Parece óbvio, mas sem saber onde está e para onde está indo, fica muito difícil de ter certezas.
Algo que ele comentou e que percebi que precisava de equilíbrio era com relação a trabalho, estudo e ter momentos para si. Era necessário olhar para isto, porque sentia muito esgotamento mental e muita confusão mental também.
Neste caso, fizemos regressão para compreender melhor os motivos de ele ter essa tendência ao isolamento; a dificuldade de se expor e certamente através desta prática, ele iria deixar a vida fluir melhor.
Por isso agora vou falar sobre as lições que tivemos com a experiência deste consultante e o que veio de mensagem e de entendimento depois da regressão.
Dicas de consultório
Bem, a principal mensagem deste consultante foi a falta de amor e dedicação a si mesmo. Por falta de clareza e de objetividade na vida, ele não conseguiu ver ou perceber muita coisa durante o processo.
E eu como terapeuta, sempre avaliava tudo que acontecia. Até mesmo o fato de um cliente não conseguir ter acesso a vidas passadas me “dizia muita coisa”, entende?
Durante a regressão notei que muitas coisas estavam acontecendo, mas faltava entrega e parar de racionalizar. Era como se ele tivesse criado uma barreira e não conseguisse ter acesso a muita coisa.
Algo muito importante e que incentivei ele a fazer foi estudar ou conhecer mais sobre o lado espiritual. E inclusive dei de presente um livro “Como Aproveitar Sua Encarnação” do Mauro Kwitko. Com este livro ele iria compreender melhor sobre “quem é, de onde veio” e como funciona a nossa vida aqui neste plano, sobre o viés da Psicoterapia Reencarnacionista (prática que eu usava dentro do consultório e que tinha como um dos pilares a regressão terapêutica).
Como ele era mais fechado com o mundo, isso só indicava que ele era fechado consigo mesmo.
Afinal, se para o universo o outro não existe, o que acontece fora de nós, é apenas um reflexo de como eu me trato e de como eu me conecto comigo mesmo.
E neste caso a sensação de as pessoas serem indiferentes, de não se aproximarem e de ter o afastamento era apenas um reflexo de como ele precisava se amar e olhar para si mesmo.
Sempre vi em alguns casos de homossexualidade pessoas que tinham essa tendência de querer ser diferentes, porque precisavam muito resgatar o amor próprio e a aceitação sobre si mesmo. (De novo: esta percepção não é genérica. Para alguns casos se aplica e para outros não. Sem ter uma avaliação de um profissional, não podemos achar que todos vivem as mesmas situações e as mesmas dores).
Concordar com o seu destino e se abrir para a vida eram coisas que eu trabalhava muito nos atendimentos, quando casos assim surgiam.
Por isso, tudo que você puder fazer para resgatar a sua autoestima, cuidar mais de si mesmo, tendo momentos pra ficar só e não para se isolar e se entregar aos movimentos da vida, se abrindo para possibilidades é muito importante neste processo.
Além de todo esse resgate, poderia fazer uma mentalização que vou sugerir a partir de agora. Vamos lá:
"Feche os seus olhos, respire profundamente. E ao inspirar e expirar vá se entregando a este momento.
Vá indo mais fundo, vá se soltando. Solte o corpo, perceba a fluidez da respiração e de todos os movimentos do corpo.
Neste momento de entrega imagine, mentalize ou acredite que você vai ficando leve ao ponto de flutuar.
Sinta ou visualize que você vai para um lugar com muita natureza. Perceba e sinta a energia de cada elemento: a grama verde que toca a planta dos seus pés; as árvores que parecem falar com você; os pássaros e os animais que ali estão; o céu azul; o calor do sol que toca o seu corpo; enfim, vá percebendo tudo ao seu redor e deixe os seus cinco sentidos aguçarem e fazerem você sentir e perceber a mágica desse momento.
Sinta a comunhão entre você a natureza; entre você e Deus.
Agora, perceba a presença daqueles que lhe deram a vida, como se os seus pais surgissem neste lugar. E eles estão ali para fortalecer e abençoar este momento.
Logo vocês veem que uma luz intensa se aproxima. E que esta luz é a luz daquele Ser que lhe protege e que conduz a sua caminhada.
Sinta como é estar amparado pelos seus pais e pelo Ser de Luz que conduz a sua jornada de vida aqui na Terra! Sinta como você é amparado e amado! E receba este momento! Receba esta bênção no seu coração!
Agora veja que os seus pais se posicionam um de cada lado. E que este Ser de Luz fica acima de vocês. Atrás de vocês está todo o seu sistema familiar, todos que vieram antes e que também energizam e abençoam este momento.
E então mentalmente diga: eu concordo e eu aceito o destino de todos que vieram antes. Eu dou um lugar no meu coração para todos aqueles que de alguma forma foram excluídos do meu sistema. E eu recebo toda a força do meu sistema e as bênçãos do meu Ser de Luz para seguir minha vida e construir uma nova realidade daqui para frente.”
Dicas finais
Lembrando que este é um momento profundo de conexão com a origem e por isso, é preciso repetir o exercício mais vezes. Para quem é terapeuta, pode gravar um áudio no celular mesmo e enviar para o consultante. Assim, ele pode ouvir quando quiser.
Você também pode aplicar alguma técnica de energização ou fazer alguma prática que esteja conectada com o momento. Deixe a sua intuição de terapeuta lhe dizer se apenas este movimento foi o suficiente ou se precisa de algo mais.
No final do atendimento é importante pedir que a pessoa volte e continue o tratamento. Pois a partir do segundo atendimento, se ela fizer o exercício diariamente, ela já vai sentir profundas transformações. E se não fizer, você pode auxiliar com outros recursos, além de acompanhar os movimentos dessa cliente.
Também vou deixar aqui um vídeo com dicas complementares sobre solidão. Como se libertar desse sentimento na prática?